sexta-feira, 20 de maio de 2011

Obsessão




Aqui trazemos alguns ensinamentos sobre a Obsessão, tema abordado por Andre Luiz em diversos de seus livros, dentre eles destacamos está abordagem.

 
PENSAMENTO E OBSESSÃO — O estudo da obsessão, conjugado à mediunidade, se realizado em maior amplitude, abrangeria o exame de quase toda a Humanidade terrestre.
Expressamos tal conceito, à face do pensamento que age e reage, carreando  para o emissor todas as fecundações felizes ou infelizes que arremessa de si  próprio, a determinar para cada criatura os estados psíquicos que variam segundo os tipos de emoção e conduta a que se afeiçoe.
Enquanto se não aprimore, é certo que o Espírito padecerá, em seu instrumento de manifestação, a resultante dos próprios erros. Esses  desajustes, como é natural, não se limitam à comunidade das células físicas, quando em disfunções múltiplas por força dos agentes mentais viciados e enfermiços; estendem-se, muito especialmente, à constituição do corpo espiritual, a refletir-se no cérebro ou gabinete complexo da alma, aí ocasionando os diversos sintomas de perturbação do campo encefálico, acompanhados dos fenômenos psico-sensoriais que produzem alucinações e doenças da mente.

PERTURBAÇÕES MORAIS — Não nos propomos analisar aqui as personalidades psicopáticas, do ponto de vista da Psiquiatria, nem focalizar as chamadas psicoses de involução, ou as demências senis, claramente necessitadas de orientação médica; recordaremos, contudo, que na retaguarda dos desequilíbrios mentais, sejam da ideação ou da afetividade, da atenção e da memória, tanto quanto por trás de enfermidades psíquicas clássicas, como, por exemplo, as esquizofrenias e as parafrenias, as oligofrenias e a paranóia, as psicoses e neuroses de multifária expressão, permanecem as perturbações da individualidade transviada do caminho que as Leis Divinas lhe assinalam à evolução moral. Enquanto se lhe mantém a internação no instrumento físico transitório, até certo ponto ela consegue ocultar no esconderijo da carne os resultados das paixões e abusos, extravagâncias e viciações a que se dedica.
Assim vive na paisagem social em que transita, até que, arredada de semelhante vaso pela influência decisiva da morte, não mais suporta o regime
de fantasia, obrigando-se a sofrer, em si própria, as consequências dos excessos e ultrajes com que, imprevidente, se desrespeitou.
Torturada por suas próprias ondas desorientadas, a reagirem, incessantes, sobre os centros e mecanismos do corpo espiritual, cai a mente nas desarmonias e fixações consequentes e, porque o veículo de células extrafisicas que a serve, depois da morte, é extremamente influenciável, ambienta nas próprias forças os desequilíbrios que a senhoreiam, consolidando-se-lhe, desse modo, as inibições que, em futura existência, dominar-lhe-ão temporàriamente a personalidade, sob a forma de fatores mórbidos, condicionando as disfunções de certos recursos do cérebro físico, por tempo indeterminado.

ZONAS PURGATORIAIS — Entendendo-se que todos os delinqüentes deitam de si oscilações mentais de terrível caráter, condensando as recordações malignas que albergam no seio, compreenderemos a existência das zonas  purgatoriais ou infernais como regiões em que se complementam as 83 temporárias criações do remorso, associando arrependimento e amargura, desespero e rebelião.
Na intimidade dessas províncias de sombra, em que se agrupam multidões de criminosos, segundo a espécie de delito que cometeram, Espíritos culpados, através das ondas mentais com que essencialmente se afinam, se comunicam reciprocamente, gerando, ante os seus olhos, quadros vivos de extremo horror, junto dos quais desvairam, recebendo, de retorno, os estranhos padecimentos que criaram no ânimo alheio.
Claro está que, embora comandados por Inteligências pervertidas ou bestializadas nas trevas da ignorância, esses antros jazem circunscritos no  Espaço, fiscalizados por Espíritos sábios e benfazejos que dispõem de meios precisos para observar a transformação individual das consciências em  processo de purificação ou regeneração, a fim de conduzi-las a providências compatíveis com a melhoria já alcançada.
Semelhante supervisão, entretanto, não impede que essas vastas cavernas de   tormento reeducativo sejam, em si, imensas penitenciárias do Espírito, a que se recolhem as feras conscientes que foram homens. AI permanecem detidas por guardas especializados, que lhes são afins, o que nos faz definir cada  «purgatório particular» como «prisão-manicômio», em que as almas embrutecidas no crime sofrem, de volta, o impacto de suas fecundações mentais infelizes.
Tiranos, suicidas, homicidas, carrascos do povo, libertinos, caluniadores, malfeitores, ingratos, traidores do bem e viciados de todas as procedências, reunidos conforme o tipo de falta ou defecção a que se renderam, se examinados pelos cientistas do mundo apresentariam à Medicina os mais extensos quadros para estudos etiológicos das mais obscuras enfermidades.
Deduzimos, assim, que todos os redutos de sofrimento, além-túmulo, não passam de largos porões do trabalho evolutivo da alma, à feição de grandes hospitais carcerários para tratamento das consciências envilecidas.

REENCARNAÇÃO DE ENFERMOS — Dos abismos expiatórios, volvem à reencarnação quantos se mostram inclinados à recuperação dos valores morais em si mesmos.
Transportados a novo berço, comumente entre aqueles que os induziram à queda, quando não se vêem objeto de amorosa ternura por parte de corações que por eles renunciam à imediata felicidade nas Esferas Superiores, são resguardados no recesso do lar.
Contudo, renascem no corpo carnal espiritualmente jungidos às linhas inferiores de que são advindos, assimilando-lhes, facilmente, o influxo aviltante.
Reaparecem, desse modo, na arena física. Mas, via de regra, quando não se mostram retardados mentais, desde a infância, são perfeitamente classificáveis entre os psicopatas amorais, segundo o conceito da «moral insanity», vulgarizado pelos ingleses, demonstrando manifesta perversidade, na qual se
revelam constantemente brutalizados e agressivos, petulantes e pérfidos, indiferentes a qualquer noção da dignidade e da honra, continuamente dispostos a mergulhar na criminalidade e no vício.
Aqueles Espíritos relativamente corrigidos nas escolas de reabilitação da Espiritualidade desenvolvem-se, no ambiente humano, enquadráveis entre os psicopatas astênicos e abúlicos, fanáticos e hipertímicos, ou identificáveis como representantes de várias doenças e delírios psíquicos, inclusive 84 aberrações sexuais diversas.

OBSESSÃO E MEDIUNIDADE — Tais enfermos da alma, tantas vezes submetidos, sem resultado satisfatório, à insulina e à convulsoterapia, quando
recomendados ao auxílio dos templos espíritas, poderão ser tidos como médiuns? Sem dúvida, são médiuns doentes, afinizados com os fulcros de sentimento desequilibrado de onde ressurgiram para novo aprendizado entre os homens.
Por certa quota de tempo, são intérpretes de forças degradadas, às quais é preciso opor a intervenção moral necessária, do mesmo modo que se prescreve medicação aos enfermos.
Trazendo consigo as sequelas ocultas da internação na província purgatorial, de que volvem pela porta do berço terrestre, exteriorizam ondas mentais viciadas que lhes alentam as disfunções dos implementos físicos, ondas essas pelas quais recolhem os pensamentos das entidades inferiores a lhes constituírem a cobertura da retaguarda.
Apesar disso, devem ser acolhidos nos santuários do Espiritismo por medianeiros de planos que é preciso transformar e ajudar, porquanto um Espírito renovado para o Bem — Lei do Criador para todas as criaturas — é peça importante para o reajustamento geral dessa ou daquela engrenagem conturbada na máquina da vida.

DOUTRINA ESPIRITA — Forçoso é considerar que a atividade religiosa, digna  e venerável, em qualquer setor da edificação humana, exprime socorro celeste  aos desajustes morais de quantos se demoram na reencarnação, buscando a  restauração precisa.
E, compreendendo-se que elevada percentagem das personalidades humanas traz, no imo do próprio ser, raízes e brechas de comunhão com o pretérito de sombra, através das quais são suscetíveis de sofrer os mais estranhos processos de obsessão oculta — a se reavivarem, constantes, nos diversos períodos etários que correspondem ao tempo de formação dos débitos cármicos que buscam equacionar no corpo terrestre —, é justo encarecer, assim, a oportunidade e a excelência do amparo moral da Doutrina Espírita, como sendo o recurso mais sólido na assistência às vítimas do desequilíbrio espiritual de qualquer matiz, por oferecer-lhes, no estudo nobre e no serviço  santificante, o clima indispensável de transmutação e harmonização, com que
se recuperem, no domínio dos pensamentos mais íntimos, para assimilarem a
influência benéfica dos agentes espirituais da necessária renovação.
Fonte: Mecanismos da Mediunidade - Andre Luiz - Franscisco C. Xavier - Feb

Que possamos refletir em nossas atitudes, palavras e pensamento, buscando sempre o nosso aprimoramento moral e espiritual.

Casa Espiritual Amor & Luz

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