“Os espíritos imperfeitos são instrumentos destinados a
experimentar a fé e a constância dos homens no bem”. (OLE, q.466). Tanto aos
obsessores, que tem uma intenção clara de nos prejudicar, quanto aos simples
assediadores, que somente compartilham o mesmo tipo de desordem espiritual que
a nossa, só tem sucesso quando nós mesmo os atraímos, quando damos abertura em
nosso íntimo. De novo, é a velha lei da atração que entra em jogo. Por exemplo:
um ex-alcoólatra que, certo dia, passa diante de um bar e sente vontade de
beber. Ele vai embora, mas continua alimentando esse desejo com diversos
pensamentos. Em pouco tempo, esse desejo vai crescendo e tomando – literalmente
– forma no mundo espiritual. Provavelmente, ele irá acabar atraindo espíritos
do mesmo nível, na mesma sintonia psicoemocional, que irão se aproximar dele e,
com isso, aumentar cada vez mais o desejo de ir ao bar e tomar uma dose. Neste
momento, ele tem duas opções: ou cede ao desejo que, em primeiro lugar, é dele;
ou procura resistir, evocando seu espírito protetor e procurando mudar sua
psicosfera espiritual. Mas resistir ao mal não significa, necessariamente,
aprendizagem e evolução num nível mais profundo. O que esse sujeito precisa,
mais do que “orar e vigiar”, é de uma boa dose de autoconhecimento (com ou sem
terapia) e reforma intima. Sem isso, ele sempre vai se envolver no mesmo
conflito interior, cada vez que a oportunidade surgir, pois os espíritos que
sabem da sua fraqueza e desejam se aproveitar disso ficarão à espreita.
Então, essa historia de ser “vítima de encosto”, que a
gente escuta por aí, não tem fundamento. É logico que podemos ser assediados
por espíritos mal-intencionados, mas nada que uma atitude firme de nossa parte,
no caminho do bem, não os afaste. Nada que a prece, a meditação, o passe, a
prática bioenergética, etc. não possam resolver. Mas a obsessão, a fascinação e
até mesmo a possessão só ocorrem com sucesso quando há sintonia e atração
psicoemocional. Com este exemplo simples que eu dei fica claro que os espíritos
se ligam àqueles que os atraem. Que fique claro, então, que nem todo espírito
que simpatiza conosco é, necessariamente, um benfeitor. Além daqueles que
simpatizam com nossos vícios e desejam se aproveitar disso, um espírito pode se
ligar a uma pessoa devido ao apego familiar ou paixão.
Fonte: Revista Cristã de Espiritismo
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