PERGUNTA> Em sua opinião, qual é o objetivo divino ao
colocar a humanidade em contato com o HIV e a aids neste momento?
Inicialmente eu me encontrei
revoltado quando me descobri portador do vírus. Era uma revolta mais intima. Talvez
um grito mudo parado dentro do peito por não poder reverter o quadro, embora
nunca faltasse esperança dentro de mim. Foi aí que descobri a maravilha de se
ter uma mãe, uma família, amigos de verdade. Descobri a partir daí um outro
mundo, sem fantasias, sem mascaras. E, acredite-me, não adiantam rebeldias
neste momento, não adianta nada que exprima inconformação. A AIDS nos ensina um
sentimento novo diante da vida, das pessoas, de Deus. Creio que a AIDS, o HIV e
tantos outros problemas que envolvem a saúde no mundo são oportunidades que
Deus coloca diante de nós para que a humanidade possa atingir um degrau mais
alto em sua caminhada. Falo a respeito de sensibilidade diante da vida.
No meu caso particular,
essas experiências serviram para que entendesse a vida como expressão da arte
de Deus. Olha que o Cara lá em cima é perito em sentimentos e usa das coisas desagradáveis
para aumentar a sensibilidade de seus filhos rebeldes, como diria você.
Ele tem um objetivo, e é
claro, muito claro pra mim, que esse objetivo pode ser muito diferente para
cada um. Para mim significou e significa descobrir o limite a reverencia devida
a algo que ultrapassa minha compreensão. Chamem isso de vida ou de Deus. Como é
grandioso tudo isso...
Espero que a humanidade compreenda
a grandeza deste momento e descubra sua rota rumo à felicidade.
Na verdade a felicidade é o
que importa em qualquer tempo, em qualquer situação em que se vive. Mas sem
essa de que a felicidade é um céu azul com nuvens brancas. Não para mim.
Felicidade, a meu ver, é a
capacidade que eu tenho de fazer arte e poesia, musica e vida até da própria dor,
encontrando uma forma de gritar ao mundo, aos homens, aos meninos e meninas que
todos somos deuses, somos incríveis e somos perfectíveis.
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