domingo, 22 de abril de 2012

SIMPLESMENTE MARIA!


Ela era uma estrela. Talvez uma estrela perdida nas constelações do firmamento. Perdida sim, pois o seu amor irradiava-se em mundos do infinito, não lhe permitindo ficar parada, fixa, na inércia. Era uma estrela errante que tinha sua morada entre os astros da imensidade. De onde viria essa estrela cadente, misteriosa? De quais espaços, universos ou dimensões viria a estrela virginal? Não importa. Talvez de Sírius. Canopus ou Aldebarã, de qualquer lugar; de todo lugar, de todas as épocas.

 Ela trazia na face a suavidade do luar e a beleza das alvoradas. Revestiu-se de esplendoroso manto estrelado e desceu para a morada dos homens. O firmamento teceu-lhe uma coroa de luz e enfeitou-lhe a fronte com o véu da Via-Láctea.

A natureza suavizou o seu caminho tecendo um tapete de flores; o aroma das rosas, das acácias e dos lírios perfumou-lhe a existência, e, desse aroma indescritível, inexprimível no vocabulário humano, formou-se o seu corpo, com o qual conheceu os filhos do desterro.

E ela chegou. Embalada no canto dos rouxinóis, suas palavras lembravam o cantar das rolas e o trinar dos pardais. A estrela assumiu morada no coração da humanidade.

É Maria. Simplesmente, Maria. Sua vida transformou-se em símbolo de ternura e esperança para os deserdados. Seus pés caminharam sobre os espinhos das roseiras e sangraram no contato com os caminhos tortuosos e difíceis do filhos da Terra.

Deixou sua marca, indelével, nas vidas das mulheres de todas as origens, de todos os povos. Em sua pessoa, a mulher alcançou as estrelas e, através de sua santíssima maternidade, divinizou a expressão da mãe.

Amparada pelos rouxinóis e pássaros canoros, rasgou a sombra da amargura e teceu o manto alvo e pulcro da via dolorosa de todas as mães da Terra.

Estrela, apagou-se entre as sombras e a escuridão das vidas sofridas, a fim de que o homem não se sentisse humilhado ante a grandeza de sua alma.

Experimentou o esforço inaudito de ser a mãe dos pecadores, a fim de conduzir o homem terrestre no caminho das estrelas.

É Maria. Simplesmente, Maria.
Extraído do livro Mulheres do Evangelho pelo espírito Estêvão, pelas mãos de Robson Pinheiro!

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