quinta-feira, 1 de março de 2012

OS MELHORES PROFESSORES: AS CRIANÇAS!!! parte I

Hoje é dia especial em Nossa Casinha como todas as primeiras quinta-feiras do mês é dia das Crianças, ou seja, um dia de atendimento somente para os nossos pequenos com evangelhos dedicados especialmente a elas e um dia em que a espiritualidade e nós trabalhadores nos dedicamos exclusivamente a elas. Como não podia ser diferente aqui tambem no nosso blog colocaremos a seguir  trechos de nossa querida Teresa de Calcutá no Livro: A força eterna do Amor pelas mãos de Robson Pinheiro discorrendo sobre a infancia e sua pureza!
  Com quantas crianças me relacionei em minhas peregrinações pela vida; com quantos adultos me envolvi durante minhas caminhadas pelos subúrbios e vilarejos... Quantas vezes não tive de me fazer criança – irradiar sorriso, alegria espontânea, satisfação com as coisas simples – a fim de transformar o sofrimento em brincadeira de criança, de modo a sobreviver com mais qualidade.
Quando Jesus Cristo disse que deixassem vir a ele os pequeninos, falava de uma verdade muito mais ampla e profunda do que poderíamos imaginas com palavras tão simples. Ele afirmou que o reino dos céus pertence àqueles que se comportam como tais. De minha parte, posso atestar que, em meu mistério de servidora dos pobres, nunca aprendi tanto quando estava com as crianças.
Primeiramente, é essencial levar em conta que o termo criança não se aplica àqueles que estão em idade infantil. Pelo contrario. Ao ler os ensinamento do Evangelho de Jesus Cristo, aprendi que ser criança, no conceito do Nosso Senhor, é muito diferente de estar na infância. Tenho aprendido que, acima de tudo, consiste em despertar e desenvolver certas características comumente atribuídas à criança, mesmo que estejamos na fase adulta.
A criança é espontânea e, ao menos no imaginário popular, sem maldade. Vê a vida com descontração, como brincadeira ou diversão, sem a conotação mórbida, complicada e sisuda que nós, adultos, frequentemente lhe emprestamos. Ainda de acordo com  essa idéia geral, a criança permite envolver-se com as situações da vida com leveza, delicadeza; em suma: deixa-se conduzir conforme o fluxo que a vida lhe apresenta. Não se rebela, se conduzida com amor.
Sob essa interpretação ou segundo esse ponto de vista, posso afirmar que, entre meus pobres, conheci muitos adultos que eram verdadeiras crianças. Mas encontrei também, em meio à pobreza e à miséria, diversas crianças como que transformadas em adultos sofridos, cuja esperança no ser humano se perdera em virtude do abandono, da falta de amparo e amor a que foram submetidas. Estas me ensinaram quanto preciso amar mais, doar-me mais e trabalhar para eliminar a fome e a miséria de um mundo enfermo por causa da falta de amor.
Apesar da realidade triste com que deparei em muitos recantos, em muitos guetos – lugares que pareciam verdadeiros antros de escuridão -, aprendi largamente com pessoas que se comportavam como crianças, esperançosas, sorrindo entre os mais miseráveis que elas próprias, embora tivessem tudo para chorar. Entre habitantes dos subúrbios de Calcutá, entre prisioneiros infectados pelo HIV, a quem visitei derramando-me por completo sobre suas almas, inúmeras vezes pude ver que o sorriso ainda teimava em estampar-se em seus rostos; que a felicidade, apenas mascarada pela dor, permanecia irradiando deles, principalmente quando eu os abraçava, beijava e abrigava em meus braços, se não pudesse fazer nada mais por eles.
De passagem certa vez por uma prisão municipal, dei-me conta de como tinha a aprender com aqueles que eram prisioneiros do sofrimento. Encontrei ali pessoas riquíssimas, cuja dor e padecimento fizeram eclodir seu lado criança. Maravilham-se com um simples aperto de mãos, com um abraço verdadeiro e apertado, com o ósculo que ganhavam de alguém jamais visto. Abriam-se ao abraço, como crianças espirituais que erraram mais por falta de educação e condução na vida do que por maldade, propriamente. Desabrochavam ante um sorriso e choravam ao ouvir as palavras do Evangelho de Nosso Senhor, lidas sem nenhuma pretensão de convertê-los ou convencê-los e que estavam errados ou eram pecadores. Tão somente eram amados, nada mais.

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