“E
tomando os cinco pães e os dois peixes, e olhando para o céu, abençoou-os. E partiu-os,
e deu-os aos seus discípulos para os porem diante da multidão. E comeram todos
(quase cinco mil homens) e saciaram-se e levantarm do que lhe sobejou, doze
cestos de pedaços” (Lucas, 9:16-17)
Os
homens sempre foram e são profundamente imediatistas. Buscam ante as coisas de consequências
rápidas, que geralmente são transitórias, em detrimento daquelas que vem em
longo prazo, mas que são de efeito permanente.
Jesus
Cristo, a fim de atrair multidões e poder, entre elas distribuir os seus
ensinamentos imorredouros, teve necessidade de produzir uma serie de curas
materiais. Essa pratica fez com que a sua fama se propagasse e ele pudesse
reunir um grupo apreciável de pessoas, levando-o a um monte, como foi o caso
dos cinco mil homens descritos pelo Evangelista Lucas, lançando então a semente
generosa da sua Doutrina.
É
obvio que o Mestre não veio desempenhar a sua árdua e gloriosa missão entre nós
para levantar alguns paralíticos, fazer alguns cegos recobrarem a visão e
expulsar alguns Espíritos obsessores que assediavam alguns homens ou mulheres,
ou mesmo operar curas de outras enfermidades, fatos esses que foram
qualificados como miraculosos.
Jesus
Cristo é o medico das almas e veio entre nós para uma missão muito mais
relevante: a cura da alma, a cura permanente, o que e processará através da
assimilação de sua Doutrina de luz e de verdade.
Cinco
mil pessoas acompanharam o Mestre e receberam, em profusão, o pão do céu – o pão
generoso com o qual o Cristo buscava saciar toda a fome de conhecimento,
entretanto o evangelista Lucas afirma que sobejaram doze cestos de pedaços.
O
Mestre ensinou a sua Doutrina a cinco mil pessoas que o seguiam mais por causa
das curas materiais que ele produzia do que propriamente por causa das curas de
ordem espiritual que ele distribuía. No entanto, apenas os doze apóstolos conseguiram
reter alguns dos seus ensinamentos. Alguns pedaços dos seus ensinamentos, que
encheram os “cestos” dos seus corações.
João,
em seu Evangelho, afirma que, quando todos estavam saciados, asseverou Jesus
aos seus apóstolos: “Recolhei os pedaços que sobejaram, para que nada se perca.
Recolheram-nos, pois, e encheram doze cestos de pedaços (João, 6:12-13) e mais
adiante proclama, traduzindo as palavras de Jesus: “Trabalhai, não pela comida
que perece, mas pela comida que permanece para a vida eterna, a qual o Filho do
Homes vos dará; porque a este o Pai, Deus, o selou”.- “Eu sou o pão da vida;
aquele que vem a mim não terá fome; e quem crê em mim nunca terá fome” (João,
6:27 e 35).
A
comida que permanece para a vida eterna é assimilação dos ensinamentos que
levam à reforma intima, pois quem se reforma intimamente, compenetrando-se das
leis do amor, nunca mais terá fome.
Os
cinco mil homens, que acompanharam o Mestre, cogitavam apenas das curas
miraculosas, e quase nada retiveram dos seus ensinamentos. Os doze apóstolos,
que o Mestre definiu como doze cestos, retiveram partículas de ensinamentos,
enchendo, “doze cestos de pedaços”, pedaços da verdade, uma vez que ninguém estava
em condições de absorver a verdade em toda a sua plenitude.
Também
Mates corrobora a afirmação de Lucas de que sobejaram doze cestos cheios de
pedaços (Mateus, 14:20), deixando entrever nas entrelinhas que a quase
totalidade daqueles que seguiam o Mestre, cogitavam mais da “comida que perece”,
embora, mesmo assim, o Nazareno tenha feito a sua semeadura, que mais cedo ou
mais tarde passaria a produzir frutos sazonados, suscetíveis de alimentar
espiritualmente todas aquelas almas sequiosas de paz, de saúde e de dias
melhores.
Fonte>
Livro Os padrões Evangélicos de Paulo Alves Godoy FEESP;
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