sábado, 19 de maio de 2012

O que é a verdade?




“Disse-lhe Pilatos: Que é a verdade?”  (João, 18:38)
Afirma o Evangelho de João que, ao entrar Pilatos na audiência, após um ligeiro colóquio com Jesus Cristo, perguntou-lhe: “Logo tu és rei?”, indagação que mereceu do Mestre a seguinte resposta: “Tu dizes que eu sou rei. Eu para isso nasci, e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz”.
Entretanto, como o obscurantismo e os interesses mundanos sempre foram os maiores inimigos da verdade, houve naquela hora um inicio de tumulto no pátio do Pretório, provocado pelos fanáticos que ali estavam sob a egide dos escribas, dos fariseus e daqueles que tinham nas mãos os poderes religiosos, todos eles interessados na crucificação do tão esperado Messias.
A pergunta ficou, portanto sem resposta, uma vez que as trevas, se fazem sentir sempre, nos momentos psicológicos, em todos os lugares onde a luz do esclarecimento ameaça brilhar.
Talvez o Mestre não quisesse discorrer sobre a verdade com um homem que não a podia compreender, pois, minutos após, apesar de não ver em Jesus qualquer crime, não trepidou em entregá-lo nas mãos dos seus detratores para que o levassem ao sacrifício. Qualquer elucidação sobre a verdade também não interessava  aos Espíritos trevosos, interessados na consumação do hediondo sacrifício da cruz.
Evidentemente, Pilatos não tinha qualquer noção sobre o que fosse a verdade. A verdade apregoada pelos judeus não calava bem aos olhos do procônsul romano. O representante do Império não podia acietar como expressão da verdade o seguintes ensinamentos ministrados pelos escribas;
-Teria o mundo sido criado em seis dias?
-Teriam Adão e Eva sido os primeiros habitantes da Terra?
-Teria realmente Josué conseguido parar o movimento do sol para poder completar um motricínio?
-Como poderia Moisés receber do Alto um mandamento que ordenava o “não matarás”, e ele mesmo ordenava verdadeiras matanças de criaturas humanas?
-Se Caim matou Abel e saiu pelo mundo, não existindo qualquer outra mulher, como poderia ele constituir uma família e ter descendentes?
-Teria realmente Jonas vivido três dias e três noites no ventre de uma baleia?
-Poderia a mulher de Lot transformar-se numa estatua de sal?
Com que técnica poderia Noé ter construído uma arca tão descomunal que pudesse abrigar em seu interior um casal de cada espécie vivente na Terra? Como poderia ele conciliar dentro dela animais tradicionalmente inimigos bem como alimentá-los durante quarenta dias?
Desconhecendo Pilatos a interpretação dessas narrativas sob o bafejo do Espírito, é evidente que não podia também aceitá-las como verdadeiras.
De forma idêntica, não podia o Procônsul  entender como poderia ser “eleita” de Deus uma casta sacerdotal eivada de sentimentos felinos e de interesses profundamente políticos e mundanos.
Como conciliar os atos, maus e cheios de rapinagem desses homens, com os resplendores da verdade? Uma religião que se baseava nas tradições inócuas, nos atos exteriores do culto, no ódio e na vingança, jamais poderia ter qualquer parentesco com o que é apregoado como verdade. Se Jesus chamou os escribas e fariseus de hipócritas, como poderiam eles ser lidimas expressões dessa mesma verdade?
O Espiritismo representa o advento do Consolador prometido e, como tal, o seu papel é de restabelecer na Terra as primícias da verdade. Evidentemente, quando ele se consolidar definitivamente no seio dos povos, ruirão por terra todos os sistema e métodos alicerçados sobre a mentira. Tudo aquilo que não for representativo da verdade, será removido dos seus pedestais.
Não tendo Jesus Cristo a oportunidade de esclarecer Pilatos sobre o que é a verdade, o Espiritismo vem agora, na hora propicia, quando os tempos são chegados, fazer com que a luz da verdade possa iluminar os horizontes do mundo, onde, até agora, somente tem prevalecido a mentira, o mistério, o orgulho, a vaidade, o fanatismo, a hipocrisia, a intolerância e ódio.
O Cristo poderá, então, através das vozes que emanam dos Espíritos, responder não somente a Pilatos, mas a todos os homens o que é a verdade.
Fonte> Os padrões evangélicos por Paulo Alves Godoy da FEESP;

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